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Jesus Cristo

JESUS CRISTO

            O cristianismo não se fundamenta em idéias, ideologias, filosofia de vida. É antes de tudo um acontecimento. Fundamenta-se no seguimento de Jesus Cristo.

O QUE É QUE NOS FAZ SER CRITÃOS?
O que caracteriza o cristão não é crer em Deus, fazer o bem e evitar o mal, praticar preceitos religiosos e praticar preceitos.
O que identifica o cristão é o seguimento de Jesus Cristo. Adesão a sua pessoa, viver a sua proposta de vida. Viver os seus ensinamentos... Prática da justiça e do amor.
O cristão é aquele que vive o Evangelho de Jesus Cristo, comprometendo-se com a causa de Cristo: A construção do Reino de Deus. Reino de amor, justiça. Reino de paz e fraternidade. Reino de perdão e solidariedade. Reino de serviço e de igualdade.

QUEM É JESUS CRISTO?
É uma pergunta que vem ao longo da história do cristianismo. Muitas interrogações surgem entre nós.
Quem é esse Jesus de Nazaré, que ensina com autoridade e manda até nos demônios? (Mc 1,27).
Quem é esse Jesus, que toca pessoas impuras, como o leproso, curando-o, contrariando as leis antigas? (Mc 1,45).
Quem é esse Jesus, que cura um paralítico e perdoa os pecados? Pois nunca vimos coisa igual (Mc 2,10-12).
Quem é esse Jesus, a quem até o vento e o mar obedecem? (Mc 4,41).
Quem é esse Jesus, que de propósito faz questão de contrariar as leis, curando em um dia de sábado? (Mc 1,28s; 3,1-6).
Quem é esse Jesus que faz o surdo ouvir, o mudo falar (Mc 7,37), e o cego enxergar? (Mc 16,17-18).
Quem é esse Jesus, que interpreta com liberdade e com autoridade as leis e a Palavra de Deus? (Mc 2,1-9; 3,1-6; 7,1-13).
No tempo de Jesus, muitos procuravam interpretar sua pessoa e sua prática.
2.1. Doutores da Lei:
Ele blasfema contra Deus (Mc 2,6-7).
Ele é um beberão e um comilão (Mc 2,16).
Ele anda com os pecadores e os cobradores de impostos (Mc 2,16).
Ele está possuído do demônio (Mc 3,22).
2.2. Parentes de Jesus:
Ele está louco. Perdeu o juízo (Mc 3,21).
2.3. O povo:
João Batista que ressuscitou dos mortos. É o profeta Elias (Mc 6,14-15).
2.4. Os discípulos:
Jesus é o Messias (Mc 8,29), o Salvador, o Redentor e Libertador.
Jesus é o Filho de Deus que veio ao mundo para salvar todos os homens.
Jesus é o Messias, o enviado do Pai para anunciar o Reino de: Amor, fraternidade, justiça, perdão, igualdade, paz, bondade e solidariedade...

QUEM É JESUS CRISTO PARA MIM?
Que imagem e que experiência eu tenho de Jesus?
Jesus não é uma idéia, é uma Pessoa.
Jesus Cristo é o centro da nossa vida.
3.1. Jesus Cristo é meu irmão
Pelo mistério da encarnação se fez um de nós, participou de nossa carne mortal. Ele é o nosso irmão que caminha. É o irmão em todas as buscas que fazemos do bem e da verdade; é irmão em todos os fracassos que sofremos quando pecamos e que destrói o projeto de vida em nós.
É irmão que canta e vibra com as nossas alegrias e chora com as nossas tristezas e decepções. Viver esta verdade é ter Cristo no coração.
3.2. Jesus é o Caminho, Verdade e Vida.
Ele próprio disse: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,28-29);
“Eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundância” (Jo,10,10).
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,23).
Jesus é caminho enquanto é modelo de construção do projeto de vida. É caminho para os que quiserem caminhar.
Jesus é a verdade. Não é uma verdade teórica, mas a verdade do meu ser. Ele nos leva a praticar a verdade e fazer verdade conosco mesmos. Verdade que faz crescer.
Jesus é vida. Não a vida vivida na mediocridade, drogas, bebidas... Mas a vida que leva para uma prática, a prática do amor.
3.3. Jesus é pastor.
“Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim” (Jo 10,14).

JESUS SE APRESENTA A SI MESMO
Jesus não precisa que ninguém o apresente. Ele tem autoridade por si. Diante Dele todos somos iguais. Sua pessoa provoca aceitação ou rejeição no seu seguimento.
Sou eu: “A paz esteja com vocês”. “Sosseguem. Sou eu, não precisam ter medo (Mt 14,27)
Eu sou Jesus: “Eu sou o primeiro e o último: sou o que tem a vida; estive morto e estou vivo e para sempre. Eu tenho a chave do reino dos mortos” (Ap 1,18). Eu sou o começo e o fim (Ap 22,13).
Eu sou a luz do mundo: “Quem me segue não anda nas trevas” (Jo 8,12).
Eu sou o caminho (Jo 14,6): “Quem não vai comigo se perde” (Lc 11,23). “Entrem pela porta estreita, porque larguíssimo é o caminho da perdição” (Mt 7,13).
Eu sou a verdade (Jo 14,6): “Quem me pode acusar de pecado? Se digo a verdade, porque não acreditam em mim?” (Mt 8,46). “Quem permanece em mim, está na verdade e ela o libertará” (Jo 8,32). “Quem procura a verdade acabará me encontrando” (Jo 18,37).
Eu sou a vida (Jo 14,6): “Quem crer em mim, mesmo que esteja morto vive” (Jo 6,32). “O pão que darei é minha carne para a vida do mundo”(Jo 6,51).
Eu sou a ressurreição (Jo 11,25): A verdade de meu Pai é que não se perca uma só pessoa que me confia, mas a ressuscite” (Jo 10,11).
Eu sou o Bom Pastor: “Que dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11).
Eu sou a porteira: “Por onde as ovelhas entram” (Jo 10,7). “Ninguém vai ao Pai senão por mim (Jo 14,6); quem vê a mim, vê ao Pai” (Jo 14,9).
Eu sou a fonte de água viva: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba (Jo 4,14).
“Eu sou a videira e meu Pai é o agricultor (Jo 15,1).
Eu sou o rei, e para isso vim ao mundo (Jo 18,37).
Eu sou o Filho de Deus (Jo 14,7).

COMO JESUS VIVEU?
Os Evangelhos não se preocupam em escrever uma história, uma biografia de Jesus. Quiseram transmitir a pregação, exemplos, milagres, paixão, morte e ressurreição de Jesus. Vamos enumerar algumas características da pessoa e vida de Jesus.
5.1. Viveu a vida normal de um homem de sua época:
Trabalhou. Não é este o filho do carpinteiro? Freqüentou o templo, a sinagoga...
Amava a natureza: Olhai os lírios do campo; olhai as aves do céu.
Foi amigo das pessoas: O melhor exemplo está no amigo Lázaro: “Não vos chamo de servos, mas amigos”.
Sensível às necessidades dos outros: Perdoa a mulher pecadora. Na festa de Caná vê a necessidade de vinho e o transforma a água em vinho.
É exigente e duro: Com Ele não tem meio termo. Quem quiser vir após mim, tome sua cruz e me siga. Chegou a ser violento quando expulsou os vendilhões do templo.
Jesus foi o servo de todos: Eu vim para servir e não para ser servido. Realiza o Lava-pés.
É líder: Sabe comandar. Ele diz a Pedro: “Vá para trás Satanás, porque os teus sentimentos não são os de Deus, mas dos homens”.
Foi um homem de muita ação: Percorria as aldeias e andava por toda parte.
Homem de muita ação e contemplação: Retira-se para rezar. Passava noites em oração.
Foi um homem manso: Ele mesmo disse: “Vinde a mim que sou mando e humilde de coração, e achareis alivio para as vossas vidas”.
Grande Inteligência: Soube livrar-se dos que o queriam surpreendê-lo em alguma contradição.
Enfrentou a dor, o sofrimento e a solidão: A prisão, os açoites e a cruz.

6.  JESUS CRISTO, PESSOA COMPROMETIDA COM O POVO
Jesus, o Cristo, o Filho de Deus feito homem para anunciar o desígnio do Pai: “Encarnar-se na vida dos homens”.
Entra no tempo, na história. Nasce em Belém, vive em Nazaré, percorre a Palestina, assimila a cultura e a tradição de seu povo, compartilha de suas angústias e das esperanças de sua gente.
Ao proclamar a Boa Nova da Salvação, Ele se identifica com o povo.
Ele entra em diálogo e em conflito com os diversos grupos políticos e religiosos. Mas não se identifica com nenhum deles. A proposta de Jesus supera os seus programas.
A diferença entre Jesus e os grupos é profunda. Eles afirmam que, no sistema político judaico e social, absolutizando a monarquia, o templo e a religião como fonte de poder e de dominação.
Jesus, rejeitando a tentação do poder, bem como qualquer outro recurso à violência, mostra que as raízes do mal estão nas próprias instituições que os homens criaram.
Jesus critica os líderes religiosos e dirigentes por haverem feito da lei um ídolo, esvaziando o seu espírito, de haverem tirado do povo o amor e a prática religiosa.

7. JESUS CRISTO ANUNCIA O REINO DE DEUS
Jesus é o Filho de Davi, o prometido... que vem em nome do Senhor. A Ele Deus entrega o trono do verdadeiro poder e da glória verdadeira. Jesus é o verdadeiro Rei do mundo.
Ele proclama o Reino do Pai. Por Ele o Reino vem até nós e nós até o Reino.
O Reino de Deus não é um lugar. É o novo, o sentido de uma vida feliz.
Reino de Deus propõe mexer com a luta de libertação do povo oprimido.
Jesus anunciou sua missão quando leu o trecho de Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar o pobre, proclamar a remissão das penas aos presos, aos cegos a recuperação da vista, restituir a liberdade aos oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,16-22).
O Reino de Deus está como o fermento na massa, como uma semente que germina e deve crescer. O Reino que há de vir no futuro deve ser construído hoje com a nossa participação.
O Reino é como uma sementeira que, terra bem preparada.
7.1. Reino de Deus é Reino dos pobres:
Para Jesus, quem será o libertador do povo será o próprio povo pobre e sofredor.
A gratuidade do Reino de Deus aparece claramente e tem seus beneficiários:
Os pobres: a situação de marginalização e injustiça que se encontra o pobre, constitui um desafio ao Reino de Deus. Deus em Jesus Cristo toma partido dos pobres (Lc 6,20; 4,18).
Pequenos e crianças: Eram desprezados e marginalizados (Mc 10,13-16; Mt 11, 25ss).
Pecadores: Pessoas de má conduta ou que exercem profissões desprezadas. Marginalizadas sociais e religiosamente. Deus abre um horizonte de salvação para eles.
O perdão dos pecados é atuação gratuita do Reino.
O fariseu também é pecador mas não pode ser perdoado porque rejeitou o dom de Deus (Lc 18,9-14). Jesus é o Salvador de todo o pecador que aceita o dom da misericórdia do Pai (Mt 9,9-13).
7. 2. É um Reino de Amor
Amor de fraternidade: Deus é nosso Pai.
Por sermos filhos do mesmo Pai, temos por obrigação respeitar os outros nos seus direitos fundamentais.
Amor de misericórdia: Jesus dá o exemplo misericordioso para todos os que trabalham na construção do seu Reino.
Amor de perdão: o Perdão e a reconciliação são essenciais para entrar no Reino (Lc 6,27-37).
7. 3. Para entrar no Reino é preciso:
Se libertar da escravidão da riqueza e do lucro.
Se libertar do ódio e do desprezo pelos outros.
Se libertar da sede de dominação.
O Reino de Deus é um mundo novo de justiça e paz, em harmonia com Deus, consigo mesmo e com a natureza.
É um Reino que vem pela ação de Deus, é um dom gratuito. Não pode ser conquistado por mero esforço humano. Precisamos de Deus.

8.  TRAÇOS E POSTURA DA PESSOA DE JESUS
8.1. Jesus vai ao encontro das pessoas
Tratamento pessoal, atento a situação e necessidade de cada pessoa. Olha, escuta, penetra na inquietação de cada coração e tem uma resposta para cada um. Oferece um caminho de amizade a cada pessoa. Questiona-a e organiza seu projeto de vida. Aceita cada pessoa assim como é e não faz exceção de pessoas. A cada um abre o caminho para o Pai (Jo 4,7-26).
8. 2. Jesus é um homem de liberdade e libertação
Jesus mostra-se livre entre os grupos de políticos-religiosos de sua época. Livre do sistema de poder, de seus costumes e das leis que impuseram aos outros.
8. 3. Jesus cria vínculos de comunidade
O encontro que cada pessoa tem com Jesus se traduz por compromisso com a comunidade. “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18,20).
É na comunidade e no serviço aos outros que se compreende o projeto de salvação. “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6,33).
Jesus cria um novo tipo de relação, faz-nos irmãos entre os homens. É Ele que cria as condições para que nasça a Igreja, evangelizadora do Reino. A comunidade é o lugar da memória de Jesus.
8. 4. Jesus é Homem “autêntico”
A autenticidade é a transparência da pessoa. A proposta que Jesus faz a todos é grande e exigente.
Os evangelhos mostram que não foram os discursos mas, a própria pessoa de Jesus, sua coerência, sua autoridade que impressionaram as pessoas e as atraíam para seguí-lo (Lc 4,22-24).
É o próprio Jesus que dá testemunho de si: “Meu testemunho é verdadeiro porque sei de onde vim” (Jo 8,14).
8. 5. Jesus, enfrenta o conflito
Jesus propõe uma nova maneira de ser e de agir. Propõe o “novo” na experiência de Deus, fora da institucionalização do poder. Isso gera repulsa, cria conflitos.
Jesus conhece a difamação, a crítica, a perseguição e as ameaças de morte. Sua prisão, tortura, condenação e crucifixão só se entendem como conseqüência prática de sua vida.
8. 6. Jesus, homem de oração, unido ao Pai
Toda a vida de Jesus é um constante louvor e referência ao Pai. Ele busca a vontade do Pai como seu “alimento” (Jo 4,34). Esta união é condição para viver uma vida nova em Deus.
Jesus, nos momentos importantes de sua vida e por ocasiões de opções decisivas, procura na intimidade com Deus, a realização do Reino de Libertador:
Antes de começar o anúncio da Boa Nova (Lc 3,21).
Quando escolhe os doze (Lc 6,12).
Antes de anunciar o destino trágico que o esperava (Lc 9,18-28).
Antes de ser preso (Mt 26,39-44).
8. 7. Jesus, homem entusiasta
Jesus é o homem das Bem-Aventuranças. Mostra jovialidade e maturidade de espírito que mantém o ânimo firme em meio das dificuldades e das provações. Tem palavras de consolo e de esperança para todos (Lc 12,22-26).
Ele é otimista em relação do futuro. Sabe ver o bom que existe no coração das pessoas (Mc 10,21).
8. 8. Jesus, homem do perdão
Jesus disse que viera dar a vida eterna a todos os que crerem nele (Jo 3,14-18), pedindo a conversão profunda a Deus e aos irmãos.
Jesus perdoou a muitos que se arrependeram e prometeram mudar de vida: Zaqueu (Lc 19,1-10); Madalena (Jo 8,3-11).
Jesus se mostra bondoso e acolhedor com os pecadores: perdoa-os, mas quer que se tornem justos, reparem os prejuízos causados, se arrependam e mudem de vida.

9.  A CONVERSÃO DOS SEUS SEGUIDORES
Jesus exige um seguimento radical que abrange o homem todo e todos os homens.
Essa radicalidade faz com que a conversão seja um processo nunca encerrado. A conversão é um processo dinâmico.
A superação do pecado se realiza através da conversão a Deus, que nos faz superar as falsas imagens que fabricamos Dele, para descobrir finalmente o Deus das Bem-Aventuranças, o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Assumir a Cruz: A cruz é tudo aquilo que limita a vida e faz sofrer. Anunciar e carregar a cruz de Cristo significa:
Lutar para acabar o ódio, a violência, a fome e as injustiças...
Denunciar a corrupção
Solidarizar-se com os que são crucificados pelas injustiças, perseguições e violação de seus direitos.
Colocar-se contra o sistema corrupto.
Seguir Jesus Cristo impedindo que os homens crucifiquem outros homens.

10.  CONCLUSÃO
Jesus Cristo veio libertar o ser humano de falsos valores, de falsos modelos, de falsos ídolos. Ele nos liberta:
Da ganância de ter sempre mais coisas em prejuízo dos outros.
Do aparecer – status – da exibição, do querer estar por cima dos outros: Egoísmo.
      Do sexo mal usado e principalmente a mulher que se mostra como objeto e mercadoria.
     Da competição do quem pode mais chora menos.
     Do poder do dinheiro e da politicagem. De toda e qualquer forma de manipulação e de alienação.
     Da falta de senso crítico diante dos meios de comunicação.
Da falta de limites, responsabilidades, oração e formação religiosa nas famílias.
Da mentira, da tapeação, falsidade e das fofocas.
Do comodismo e indiferentismo religioso...
A ressurreição de Jesus é uma semente de libertação. Assim, Ele está presente na pessoa humana até que o pecado seja definitivamente destruído, todos participando de sua glória junto a Deus Pai.



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