Convivendo Com a Praga
William G. Johnsson
Um leproso aproximou-se dele e suplicou-lhe de joelhos: “Se
quiseres, podes purificar-me!” Marcos 1:40, NVI.
Tempos atrás participei de um seminário sobre AIDS
organizado pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA, com sede em Atlanta, Geórgia.
O centro, que é responsável por rastrear doenças potencialmente perigosas, é a
fonte das estatísticas sombrias sobre a Aids que alertou o Ocidente para a
enormidade da dor e o problema representado por esta praga moderna.
O episódio mais emocionante do encontro de dois dias,
financiado pelo governo para editores, foi quando um casal de meia-idade, falou
acerca da morte de seu filho de AIDS. Pacientes com AIDS morrem mortes
terríveis, magros, sem cor, desfigurados. No caso deste rapaz, a pior dor foi a
rejeição social. No hospital onde estava internado, à beira da morte, as
enfermeiras se recusavam a responder suas solicitações por um copo de água.
Elas deixavam a bandeja de comida do lado de fora da porta do seu quarto. Ele
estava banido, separado, isolado, imundo.
Vítimas de qualquer nova praga sofrem o mesmo tipo de
rejeição. Quando a Peste Negra dizimou a população da Europa há 600 anos,
quando a epidemia de gripe assolou o mundo, após a I Guerra Mundial, as pessoas
infectadas e suas famílias enfrentaram não apenas o trauma da doença, mas a
exclusão social por parte dos vizinhos e amigos.
Os leprosos da época de Jesus sabiam o que é rejeição.
"De todas as doenças conhecidas no Oriente, a lepra era a mais temida. Seu
caráter incurável e contagioso, o terrível efeito sobre as vítimas, enchiam de
temor os mais valorosos. Entre os judeus, era considerada um juízo sobre o
pecado, sendo por isso chamada: "o açoite", "o dedo de
Deus". Profundamente arraigada, mortal, era tida como símbolo do pecado.
... Separado de amigos e parentes, devia o leproso sofrer a maldição de sua
enfermidade. Era obrigado a publicar a própria desgraça, a rasgar os vestidos,
a fazer soar o alarme, advertindo todos para fugirem de sua contaminadora
presença"(Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 262).
Alguma semelhança com a AIDS? Sim, em quase todos os
aspectos.
Mas Jesus não excluiu o leproso. Ele estendeu a mão,
tocou-lhe, e o curou.
Também não devemos excluir as pessoas com Aids, hoje. Em vez
de aderirmos à histeria das massas, devemos tratar as vítimas da AIDS com amor,
trazendo esperança aos desesperados.
Autor: William G. Johnsson
ORAÇÃO
Mestre compassivo. Ajuda-me a estender a mão aos aflitos e a
contribuir para o bem estar daqueles que precisam de mim.
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