Tirem a pedra
William G. Johnsson
"Tirem a pedra", disse ele. João 11: 39, NVI.
"Cristo podia ter ordenado à pedra que se deslocasse
por si mesma, e ela Lhe teria obedecido à voz. Poderia ter mandado aos anjos
que se Lhe achavam ao lado, que fizessem isso. Ao Seu mando, mãos invisíveis
teriam removido a pedra. Mas ela devia ser retirada por mãos humanas. Assim
queria Cristo mostrar que a humanidade tem de cooperar com a divindade. O que o
poder humano pode fazer, o divino não é solicitado a realizar. Deus não
dispensa o auxílio humano. Fortalece-o, cooperando com ele, ao servir-se das
faculdades e aptidões que lhe foram dadas" (O Desejado de Todas as Nações,
p. 535).
A interação da humanidade com Deus permanece como uma das
questões mais importantes da vida cristã. Debates teológicos sobre o papel da
vontade humana têm existido desde o século V, quando Santo Agostinho discutia
com Pelágio.
Cada homem trouxe sua própria história pessoal para o
entendimento do assunto em questão – como ainda o fazemos. Agostinho, que tinha
tido uma vida dissoluta antes da conversão, possuía um profundo senso do poder
da graça. Parecia-lhe que sua vontade era fraca, inútil; que ele havia sido
resgatado somente devido a uma intervenção sobrenatural, devido a Deus o haver
predestinado para a vida eterna.
Pelágio, no entanto, tinha vivido uma vida de virtude moral.
Para ele, a vontade parecia ser capaz de ordenar a vida, de escolher o caminho
certo e andar firmemente nele. Segundo o pensamento de Agostinho Deus tinha
determinado quem se salvaria ou perderia; Pelágio, entretanto, colocava a
responsabilidade total sobre o homem.
Nosso texto bíblico de hoje, embora dito em um ambiente
não-teológico, lança luz sobre o debate.
Primeiro vemos a iniciativa divina. Jesus está no comando –
totalmente no controle. Se temos uma parte a desempenhar, será apenas porque
Cristo foi o primeiro a agir. Tudo o que fizermos será por Sua orientação,
trabalhando como Seus instrumentos para realizar Sua vontade.
A esse respeito, Agostinho, em vez de Pelágio tinha a razão.
Ninguém pode se voltar para Deus, ou mesmo andar no bom caminho, se Deus não
agir primeiro. Nossa vontade, enfraquecida e corrompida pelo pecado, nunca irá
escolher a Deus a menos que Deus o Espírito Santo a ative.
Mas em segundo lugar, Deus exorta-nos a responder à sua
iniciativa. "Tirem a pedra", foi a sua ordem. Temos um papel a
desempenhar. Podemos recusar Seu chamado. Lázaro pode permanecer para sempre
preso no túmulo. Ou podemos tirar a pedra que bloqueia a abertura para uma nova
vida.
Podemos hoje tirar a pedra. Momento a momento, podemos
confiar no poder divino, abandonando a nossa auto-suficiência, repousando
inteiramente em Sua graça e amor.
ORAÇÃO
Querido Pai, ouço o Teu chamado para uma nova vida neste dia
e de bom grado venho a Ti. Livra-me do que me embaraça e faça com que eu saia
para viver a Sua nova vida.
Autor: William G. Johnsson
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