Jesus uma vez contou uma parábola sobre um rei que decidiu
acertar as contas com seus devedores. Seu contador encontrou um senhor que
devia não milhares, ou centenas de milhares, mas, milhões de dólares. O rei
sumariamente declara que o homem e a esposa e crianças dele serão vendidos para
pagar a dívida. Por causa da sua incapacidade de pagar, o homem está prestes a
perder tudo e todo mundo querido a ele. Não é de se admirar que “Mas o
empregado se ajoelhou diante do patrão e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu
pagarei tudo ao senhor.” – O patrão teve pena dele, perdoou a dívida e deixou
que ele fosse embora.” (Mat. 18:26-27)
A palavra paciência aparece de forma inesperada aqui. O
devedor não pede clemência ou perdão; ele roga por paciência. Igualmente curioso
é este aparecimento singular da palavra. Jesus usa esta palavra duas vezes
nesta história e nunca mais. Ela não aparece em nenhuma outra parte nos
Evangelhos. Talvez o uso escasso serviu no primeiro-século como um marcador de
texto. Jesus reserva a palavra para uma ocasião para fazer um ponto. Paciência
é mais que uma virtude para filas longas e garçons lentos. Paciência é o tapete
vermelho no qual a graça de Deus nos chega.
Não houvesse nenhuma paciência, não teria havido nenhuma
clemência. Mas o rei foi paciente, e o homem com a dívida multimilionária foi
perdoado.
Mas, aí a história dobra para a esquerda. O recém perdoado
traça uma linha reta do tribunal para os subúrbios. Lá ele procura um sujeito
que deve a ele algum dinheiro.
“O empregado saiu e encontrou um dos seus companheiros de
trabalho que lhe devia cem moedas de prata. Ele pegou esse companheiro pelo
pescoço e começou a sacudi-lo, dizendo: “Pague o que me deve!” – Então o seu
companheiro se ajoelhou e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei
tudo.” Mas ele não concordou. Pelo contrário, mandou pôr o outro na cadeia até
que pagasse a dívida. (Mt 19:28-30)
O rei fica atordoado. Como o homem poderia ser tão
impaciente? A tinta do carimbo CANCELADO ainda está úmida nas contas do homem.
Você pensaria que uma pessoa tão perdoada amaria muito. Mas ele não o fez. E a
falta de amor dele o conduziu a um equívoco caro.
O homem que não consegue perdoar é chamado de volta ao
castelo.
“ ‘Empregado miserável!’[disse o patrão, ou seja, Deus] ‘Você
me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que você me devia. – Portanto, você
deveria ter pena do seu companheiro, como eu tive pena de você.”- O patrão
ficou com muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a fim de ser castigado
até que pagasse toda a dívida. (Mat. 18:32-34)
A paciência do rei não fez nenhuma diferença na vida do
homem. Ao criado, a clemência do trono nada mais era que um teste cancelado.
Ele não ficou impressionado pela graça real; ele ficou aliviado de não ter sido
castigado. A ele foi dada muita paciência, mas ele não deu nenhuma, o que nos
deixa curiosos para saber se ele na verdade entendeu o presente que recebeu.
Se você achar paciência difícil de dar, você poderia fazer a
mesma pergunta. Quão repleto você está com a paciência de Deus? Você ouviu
falar. Leu sobre ela. Mas você a recebeu? A prova está na sua paciência.
Paciência profundamente recebida produz paciência livremente oferecida.
Mas paciência nunca recebida leva a uma abundância de
problemas, entre os quais um dos maiores é a prisão. Lembra-se onde o rei
enviou o criado que não perdoava? “O patrão ficou com muita raiva e mandou o
empregado para a cadeia a fim de ser castigado até que pagasse toda a dívida.”
(Mat. 18:34 BLH)
Pôxa! Nós suspiramos. Estou contente que aquela história é
uma parábola. Que bom que Deus não prende o impaciente na vida real. Não esteja
tão seguro que ele não o faz. Egoísmo e ingratidão criam paredes grossas e
prisões solitárias.
Impaciência ainda prende a alma. Por essa razão, nosso Deus
é rápido para nos ajudar a evitá-la. Ele faz mais que exigir paciência de nós;
ele nos oferece. Paciência é um fruto do Espírito dele. Ela pendura da árvore
de Gálatas 5:22: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência,
amabilidade, bondade, fidelidade,”. Você pediu para Deus lhe dar um pouco de
fruto? Bem eu fiz uma vez, mas. . . Mas o que? Você ficou impaciente? Peça a
ele de novo, e de novo e novamente. Ele não ficará impaciente com seu pedir, e
você receberá paciência ao orar.
E enquanto você estiver orando, peça entendimento. A pessoa
paciente “dá prova de grande entendimento,” (Prov. 14:29). Será que sua
impaciência é o resultado de uma falta de entendimento? Aconteceu comigo.
Paciência sempre pega carona com entendimento. O homem sábio
diz, “O que tem entendimento refreia a língua” dele (Prov. 11:12). Ele também
diz, “quem tem entendimento é de espírito sereno” (Prov. 17:27). Não perca a
ligação entre entendimento e paciência. Antes de você explodir, escute. Antes
de você golpear, se ligue. “Com sabedoria se constrói a casa, e com
discernimento se consolida” (Prov. 24:3).
Antes de qualquer outra coisa, o amor é paciente.
Max Lucado, em “UM AMOR QUE VALE A PENA”
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