A outra face
William G. Johnsson
Vocês ouviram o que foi dito: “Olho por olho e dente por
dente”. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face
direita,
ofereça-lhe também a outra.
Mateus 5:38, 39 NVI
Jesus disse muitas coisas difíceis de seguir, mas essa é uma
das mais difíceis. Desde que o Sermão do Monte foi proferido, os cristãos têm
tentado explicar o significado dessas palavras.
A lei do Antigo Testamento do olho por olho e dente por
dente parece agressiva diante de nossas sensibilidades. Na realidade, a
provisão era compassiva, representava um claro avanço moral em relação aos
costumes da época. Suponhamos que um camponês tenha ido caçar e sua flecha se
desviou e tirou o olho de um nobre. Este último, com sua riqueza e influência,
poderia querer que o camponês fosse enforcado, afogado ou esquartejado; mas a
lei previa o limite superior da vingança – não mais que um olho.
Jesus, é claro, propôs algo muito acima da lei de Moisés.
"Mas eu lhes digo", disse. No Seu reino homens e mulheres, meninos e
meninas, não mantêm nenhuma lista de erros. Os cidadãos do seu reino não perdem
o sono tramando vingança ou invocando maldições contra os inimigos.
Alguns anos atrás conversei por muitas horas com um homem
que, de acordo com sua história, tinha sido tratado injustamente cerca de 30
anos antes. Aquele erro, real ou imaginário, havia devorado a sua alma como um
cancro. Toda vez que conversávamos ele mencionava novamente a ofensa sofrida.
Quaisquer que tenham sido os fatos da situação original, ele ficar remoendo o
ocorrido havia multiplicado a dor.
Através dessas estranhas e duras palavras de Mateus 5:38-42,
Jesus nos mostra o caminho para a verdadeira liberdade. Os judeus estavam
sujeitos aos romanos, os quais poderiam, a qualquer momento, atacá-los ou
obrigá-los a carregar a armadura deles por uma milha (1,6 quilômetros). Mas
quando o cristão dava a outra face ou se oferecia para carregar a carga por uma
segunda milha, ele virava o jogo contra o opressor. Ao tomar a iniciativa, ele
mostrava que a sua liberdade – a sua paz e força interior – podia superar
qualquer circunstância externa.
Autor: William G. Johnsson
ORAÇÃO
Ó Jesus, que manteve-se calmo em meio a insultos e
espancamentos, dá-me liberdade – essa paz e força interior – capaz de lidar com
cada evento deste novo dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário