Bons Vizinhos
William G. Johnsson
Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: “E quem
é o meu próximo?” Lucas 10:29, NVI.
Qual é a sua parábola de Jesus favorita? Não tenho
conhecimento de nenhuma pesquisa a respeito, mas imagino que a maioria das
pessoas escolheria a parábola do filho pródigo ou do bom Samaritano.
As duas parábolas são encontradas apenas no Evangelho de
Lucas. Embora ambas ilustrem o amor de Deus e a salvação oferecida ao perdido e
ao ferido, a parábola do bom Samaritano destaca o acolhimento divino para com
os socialmente marginalizados.
Os judeus desprezavam os Samaritanos. Eles os evitavam ao
máximo, faziam com que se sentissem inferiores, e não falavam com eles. É por
isso que a mulher Samaritana junto ao poço ficou surpresa quando Jesus começou
a conversar com ela (João 4:7-9).
A Samaria ficava entre a Galiléia, ao norte, e a Judéia, ao
sul. A situação era semelhante ao problema Israelense-Palestino moderno; dois
povos, etnicamente distintos, convivendo lado a lado, mas separados por séculos
de feroz ressentimento.
Os Samaritanos eram um povo de sangue misturado. Eles se
originaram no tempo do cativeiro das 10 tribos do norte de Israel em 722 aC,
quando os conquistadores assírios importaram outros povos para ocupar a terra
(2 Reis 17:23, 24). Estes novos habitantes desenvolveram uma religião que era
um mistura do culto do Senhor com a idolatria. Quando, mais tarde, os judeus
retornaram do exílio babilônico que se seguiu à queda de Jerusalém em 586 aC,
os samaritanos quiseram ter um papel na reconstrução do Templo. Mas os judeus
categoricamente rejeitaram a ajuda deles (Esdras 4:1-3). Assim, os samaritanos
construíram seu próprio templo no Monte Gerizim, e nele ofereceram sacrifícios.
A parábola de Jesus deve ter sido um choque para seus
ouvintes! O mocinho acabou sendo um samaritano!
Na grande obra de Charles Dickens "David Copperfield”,
um dos personagens diz:" Todas as coisas estão indo bem, mas dê-me sangue
" Muitas pessoas ainda operam na mesma filosofia. Quando tudo está calmo,
começam a supervalorizar a família, a casta, a etnia – querem sangue.
Mas o evangelho faz bons vizinhos. Derruba as barreiras até
mesmo de sangue, até mesmo de suspeitas e ressentimentos de longa data. O
evangelho convida pessoas de cada nação, tribo, língua e povo, e faz deles um
em Jesus Cristo (Apocalipse 14:6, 7).
ORAÇÃO
Senhor do acolhimento. Ensina-me a promover a união entre as
pessoas. Faça de mim um bom vizinho.
Autor: William G. Johnsson
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