Sobre o
Deixar Ir
William G. Johnsson
O mais novo disse ao seu pai: “Pai, quero a minha parte da
herança”. Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles. Lucas 15:12, NVI.
Ele era um pai sábio. Embora seu coração estivesse doendo ao
ver o filho querer cortar os laços familiares, ele não impediu o desejo do
filho.
Ele havia observado com preocupação os sinais que apontavam
para o que estava acontecendo hoje – a inquietação, as reclamações, a
inconformidade para com as regras. Houveram cenas de atrito. De alguma forma o
filho – seu filho – só conseguia ver defeitos. Parecia impossível agradá-lo.
Olhando para trás, tudo parecia inevitável. Apesar de suas
orações e de seus pedidos, o seu garoto tinha estado preparando-se – e a
família – para este dia. Era como se ele quisesse que eles ficassem felizes em
se livrar dele, era como se ele quisesse agir de forma desagradável para que a
separação final fosse um alívio.
"Assim, ele repartiu sua propriedade entre eles" –
entre os dois filhos. Ele deu ao rapaz o que ele queria, deu um passo atrás, e
o deixou ir.
E ele foi.
Essa é a parte mais difícil da paternidade – deixar ir.
Lembro-me vividamente dos tumultuosos anos adolescentes de nossos filhos,
quando eu e minha esposa gritamos e choramos e oramos e suplicamos. Finalmente
fizemos o que precisávamos fazer – os deixamos ir. Entregamos nossos filhos ao
Senhor:
"Senhor, cuida deles, pois não podemos fazer mais
nada!" imploramos.
Eu acredito que nós que somos pais temos que crescer tanto
quanto nossos filhos – talvez mais. Acredito que quanto mais dedicados sejamos
como pais, mais intensa será a luta para deixar nossos filhos partirem.
Mas uma coisa é certa: eles partirão. Eles partirão de uma
maneira ou de outra. Podemos tentar impor a nossa autoridade, certos de que
sabemos o que é melhor para eles, mas eles partirão. A única questão é se a
separação será amigável ou rancorosa.
Na verdade, eles precisam partir. Para que possam tornar-se
adultos, para que possam compreender seu potencial, para que possam tornar-se
cristãos sólidos fruto de sua própria escolha, eles precisam partir.
E se conseguirmos encontrar a força necessária para deixá-los
ir graciosamente, poderemos encontrá-los novamente. Foi isso que aconteceu com
o pai, que era um pai sábio, na famosa parábola de Jesus. “Caindo em si, ele
disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo
de fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai,
pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho;
trata-me como um dos teus empregados’. A seguir, levantou-se e foi para seu
pai. Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu
filho, e o abraçou e beijou” (Lucas 15:17-20, NVI).
ORAÇÃO
Querido Pai celeste, dá-me a graça de deixar as pessoas que
amo partirem a fim de que alcancem o seu máximo potencial.
Autor: William G. Johnsson
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