Jesus e Sua Mãe
William G. Johnsson
Mas Jesus lhe disse: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não
é chegada a minha hora. João 2:4. ARA.
A resposta de Jesus a Maria fere nossos ouvidos. Utilizar a
palavra "Mulher" em vez de "Mãe", não é comum para nós. E a
frase "que tenho eu contigo?" soa como se Ele não estivesse
interessado nela ou no problema dela.
Em realidade, as palavras de Jesus não representavam nenhum
desrespeito para com Maria. Observe como algumas traduções modernas da Bíblia
procuram expressar o significado das palavras de Cristo.
New International Version – “Querida mulher, porque você me
envolve?”
Nova Versão Internacional (brasileira) – "Que temos nós
em comum, mulher?"
Phillips – "Essa preocupação é sua, ou minha,
mãe?"
The New English Bible – "Sua preocupação, mãe, não é minha.”
"Essa resposta, abrupta como nos possa parecer, não
exprimia frieza nem descortesia”, escreve Ellen White. "A maneira de o
Salvador Se dirigir a Sua mãe, estava em harmonia com os costumes orientais.
Era empregada para com pessoas a quem se desejava mostrar respeito. Todo ato da
vida terrestre de Cristo estava em harmonia com o preceito dado por Ele
próprio: "Honra a teu pai e a tua mãe". Êxodo. 20:12. Na cruz, em Seu
derradeiro ato de ternura para com Sua mãe, Jesus dirigiu-Se a ela da mesma
maneira, ao confiá-la ao cuidado do mais amado discípulo. Tanto na festa
nupcial como ao pé da cruz, o amor expresso no tom, no olhar e na maneira, era
o intérprete de Sua palavras” (O Desejado de Todas as Nações, p. 146).
Maria e Jesus – duas personalidades dignas de serem
estudadas! Maria, cheia de graça, que confiava na palavra do Senhor,
entregando-se sem duvidar para ser sua serva, a mãe do Messias de Israel.
Maria, guardando em seu coração as palavras e a vida do filho em crescimento,
refletindo sobre que tipo de Menino Ele era, e no que poderia se tornar.
E agora Maria está interessada na reputação de Jesus, assim
como qualquer mãe estaria. Maria tinha ouvido falar do Seu batismo na Judéia;
ela vê o brilho nos olhos dos jovens seguidores que se juntaram a Seu
ministério itinerante; ela sente que o tempo do Seu reconhecimento por Israel
como seu libertador está próximo.
Então, ela vem até Jesus, incentivando-o a agir. O vinho da
festa de casamento havia acabado – uma grande desonra para o anfitrião – e ela diz:
"Eles não têm mais vinho" (João 2:3, NVI). Ela não lhe diz o que
fazer, mas dá a entender. Nas palavras de Maria há apenas um lembrete do tipo
mamãe-sabe-o-que-está-dizendo, um lampejo dos anos em que ela havia embalado
Jesus nos braços.
A resposta de Jesus, cortês, mas firme, lembrou Maria que
Ele, e não ela, deve estabelecer o curso da Sua missão. "‘Querida mulher,
porque você me envolve?’" Jesus respondeu: "A minha hora ainda não
chegou" (versículo 4, NVI), Não se preocupe – eu tenho tudo sob controle.
Pode deixar sob meus cuidados – no tempo certo eu agirei.
E Maria deixou tudo aos cuidados dele realmente. "Façam
tudo o que ele lhes mandar", ela instruiu os servos (verso 5, NVI). O
conselho dela para Jesus foi dado na forma mais suave; o lembrete de Jesus
também foi gentil. Gentil – mas suficiente.
Que relacionamento admirável – em que apenas um lembrete foi
suficiente para acertar as coisas! Nenhum ressentimento, nenhuma irritação,
nenhuma linguagem forte; apenas algumas palavras ditas em amor, entre dois
corações em sintonia.
ORAÇÃO
Ó Senhor, que eu viva hoje tão perto de Ti que aceite a mais
suave correção do Teu Espírito.
Autor: William G. Johnsson
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