O que Aconteceu com a Confiança?
Eu lhes falei de coisas terrenas e vocês não creram; como
crerão se lhes falar de coisas celestiais? João 3:12, NVI.
Uma história em quadrinhos mostra Charlie Brown tentando
chutar uma bola de futebol. Quando seu pé está prestes a alcançar a pelota,
Lucy remove a bola, e Charlie cai no chão. Ela está tentando ensiná-lo a não
confiar tanto nas pessoas. Mas, toda vez que eles brincam, Charlie cai no chão
novamente. Por quê? Charlie explica que o motivo é a sua "confiança
incondicional na natureza humana”.
Em nossa sociedade encontramos poucos Charlie Browns.
Retiramo-nos para nossas fortalezas na cidade, cercados por
grades, cães, correntes e sistemas de segurança em vídeo. "Deixe o seu
telefone que ligarei de volta" é o que ouvimos nas secretárias eletrônicas
– mas geralmente isso não acontece. "O senhor Bruno não está", mente
sua secretária. E até mesmo o Joãozinho pode ser instruído pelos pais na sala
ao lado a dizer para a pessoa ao telefone, "mamãe e papai estão
fora."
Cinismo, suspeita, desconfiança – estas são marcas da nossa
época. Não é de admirar que a alienação se multiplique. As crianças estão
alienadas dos pais, os homens das mulheres, os empregados dos patrões.
Quando a confiança se vai, há grande perda. Quando perdemos
a confiança básica em nossos nosso companheiros de moradia do Planeta Terra,
tornamo-nos algo menos que humano. Nosso fabuloso progresso tende mais para a barbárie
da selva.
Julian B. Rotter, uma psicóloga clínica da Universidade de
Connecticut, desenvolveu um instrumento para medir níveis de confiança. O
formulário consegue classificar as pessoas como possuindo alta ou baixa
capacidade de confiar, após analisar as respostas dadas a um questionário de 25
itens (exemplo: "Surgindo uma oportunidade, a maioria das pessoas irá
roubar se não houver o risco de ser descoberta").
Mas as pessoas que confiam muito nos outros não se tornam
presas fáceis em nossa sociedade doentia?
Os estudos da psicóloga Julian revelam o contrário. Aqueles
que confiam pouco, na verdade, são alvos mais fáceis para os trapaceiros. Ela
também descobriu que aqueles que confiam mais nos outros são tão inteligentes
quanto os que confiam pouco. No entanto, são mais felizes, mais agradáveis – e
mais dignos de confiança. Os que confiam pouco, por outro lado, não só são
percebidos como menos dignos de confiança do que outros, mas na verdade são
mais propensos a mentir, enganar e roubar.
Os cristãos devem confiar bastante nos outros. No coração de
nossa religião está a fé – e a essência da fé é a confiança. Nós confiamos no
Deus da aliança, aquele que não pode negar a si mesmo (2 Timóteo 2:13), embora
todos os outros se mostrem infiéis.
E como conseqüência de professamos conhecer a esse Deus, de
servirmos a um Deus assim, deveríamos refletir o Seu caráter. Ele fez de tudo,
e ainda continua fazendo de tudo para salvar os seres humanos, tratando-nos não
segundo as nossas falhas, mas de acordo com a Sua graça.
Samuel Johnson disse: "É melhor ser enganado vez por
outra do que não confiar." Talvez esse pensamento esteja por trás da
atitude de Charlie Brown.
ORAÇÃO
Deus da aliança. É tão bom saber que nunca irás desistir de
mim, porque Tu és fiel. Dá-me a firme convicção de que é melhor confiar e ser
desapontado vez por outra, do que viver desconfiando de todos.
Autor: William G. Johnsson
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