Caifás
Os que prenderam Jesus o levaram a Caifás, o sumo sacerdote,
em cuja casa se haviam reunido os mestres da lei e os líderes religiosos.
Mateus 26:57, NVI.
Eles vieram de noite, quando as pessoas que amavam a Jesus
não estavam por perto, e o prenderam, levando-o amarrado até à casa de Caifás,
o sumo sacerdote dos Judeus. Como Caifás ocupava o mais alto cargo religioso no
país – na realidade ele era o representante de Deus perante o povo – Jesus
podia ter certeza de receber um tratamento justo com ele, não é mesmo? Pense
novamente.
Caifás, como todos os sacerdotes da sua época, pertencia à
seita dos Saduceus. Eles eram racionalistas, aceitavam como inspirados apenas
os cinco primeiros livros do Antigo Testamento e negavam a ressurreição, a vida
após a morte, e a existência de anjos. Jesus não esperava encontrar liderança
espiritual em Caifás.
Na verdade, bem antes do tempo de Jesus o ofício sumo
sacerdotal, o qual detinha um poder considerável, havia se tornado mais
político do que espiritual. Candidatos ao cargo recorriam a esquemas ardilosos,
conspirações, subornos, e até assassinados para obtê-lo. O ideal divino para o
sumo sacerdócio há muito tempo havia sido rebaixado pelos detentores do ofício.
As poucas passagens bíblicas que mencionam Caifás sugerem um
líder mais preocupado com a preservação do seu poder do que com a justiça.
Quando o Sinédrio, perturbado pela agitação popular que a ressurreição de
Lázaro por Jesus despertou, foi convocado para uma sessão extraordinária devido
à crise, Caifás os aquietou com a observação cínica: "Vocês não sabem
nada! Será que não entendem que para vocês é melhor que morra apenas um homem
pelo povo do que deixar que o país todo seja destruído?" (João 11:49, 50,
NTLH). Conveniência política – essa era a especialidade de Caifás.
"Caifás era um homem orgulhoso e cruel", escreve
Ellen White, "dominador e intolerante. Havia entre suas ligações de
famílias, saduceus orgulhosos, ousados, resolutos, cheios de ambição e
crueldade, o que ocultavam sob o manto de pretensa justiça" (O Desejado de
Todas as Nações, p, 539).
Embora Jesus tenha sido acusado perante os líderes do seu
próprio povo, Seu julgamento foi uma farsa de justiça. Os membros do Sinédrio
estavam tão ávidos para se livrarem de Jesus que puseram de lado as disposições
da lei judaica destinadas a salvaguardar os direitos dos acusados. Eles
reuniram rapidamente um tribunal tendencioso, convocaram Jesus para julgamento
no meio da noite, e subornaram "testemunhas" para inventarem
acusações contra Ele, "Com julgamento opressivo ele foi levado. E quem
pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi eliminado da terra dos viventes;
por causa da transgressão do meu povo ele foi golpeado" (Isaías 53:8,
NVI).
No final do julgamento de Jesus perante Caifás, o sumo
sacerdote rasgou as vestes simulando horror diante da alegação feita por Jesus
de ser o Filho de Deus. Que jogo sujo em nome de Deus! Mas ao assim proceder,
Caifás rasgou mais do que a sua roupa – cerca de 12 horas mais tarde Deus
rasgaria em dois o véu do templo e Israel deixaria de ser o povo escolhido.
ORAÇÃO
Senhor, faze de mim um defensor da justiça. Que a minha
influência seja colocada ao lado da verdade e a favor dos inocentes.
Autor: William G. Johnsson
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