Uma Cruz Judaica
Da mesma forma, os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei
e os líderes religiosos zombavam dele, dizendo: "Salvou os outros, mas não
é capaz de salvar a si mesmo! E é o rei de Israel! Desça agora da cruz, e
creremos nele. Mateus 27:41, 42, NVI.
Jesus morreu numa cruz romana – mas foi mais do que isso. Os
romanos mataram a Jesus, mas o fizeram por iniciativa do Seu próprio povo. A
cruz de Jesus é mais do que uma cruz legal, é uma cruz de rejeição.
"Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o
recebeu" (João 1:11, NTLH). Quando Pilatos declarou sua inocência do
sangue de Jesus, a multidão gritou: "Que o sangue dele caia sobre nós e
sobre nossos filhos!" (Mateus 27:25, NVI). A inscrição existente na cruz:
"Este é Jesus, o Rei dos Judeus" (Mateus 27:37, NVI), expõe uma
tragédia.
Mas foram os Judeus os assassinos de Cristo? Embora sua
trágica rejeição de Jesus como Seu rei seja um fato histórico, será então que
Deus os condenou como um povo, a sempre permanecerem culpados, a sempre
sofrerem essa maldição?
Quando nos voltamos para os relatos da crucificação de Jesus
encontrados nos Evangelhos alguns dados interessantes emergem. Observamos
declarações como essa: "Quando os chefes dos sacerdotes e os fariseus
ouviram as parábolas de Jesus, compreenderam que ele falava a respeito deles. E
procuravam um meio de prendê-lo; mas tinham medo das multidões, pois elas o
consideravam profeta" (Mateus 21:45, 46, NVI).
Conforme os inimigos de Jesus faziam planos de prendê-Lo de
forma traiçoeira, disseram: "Não durante a festa, para que não haja
tumulto entre o povo" (Mateus 26:5, NVI). E naquele questionável
julgamento perante Pilatos: "...os chefes dos sacerdotes e os líderes
religiososconvenceram a multidão a que pedisse Barrabás e mandasse executar
Jesus" (Mateus 27:20, NVI).
Os membros da hierarquia religiosa tiveram que persuadir a
população a apoiar as suas reivindicações. Quando falamos dos assassinos de
Cristo, precisamos entender que essa expressão se aplica aos líderes eclesiásticos,
não aos judeus como um povo. Os discípulos de Jesus sustentam esse ponto de
vista: "Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para
ser condenado à morte, e o crucificaram" (Lucas 24:20, NVI).
A morte de Jesus, portanto, não provê nenhum respaldo
teológico que justifique o anti-semitismo. E não devemos esquecer a Sua própria
oração feita na cruz: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão
fazendo" (Lucas 23:34, NVI). Certamente a petição de Jesus deve ser
atendida!
Então sentados na grama, olhamos para Jesus que está
morrendo. A cruz – a Sua cruz – legalmente é romana. Religiosamente, é uma cruz
Judaica – significa a Sua rejeição pelos líderes do Seu próprio povo.
Mas, ao continuarmos sentados assistindo a tudo, percebemos
que a cruz representa algo a mais. É uma cruz divina.
ORAÇÃO
Querido Jesus que sofreste a calúnia e a difamação sem
merecer. Ajuda-me a não seguir o caminho da inveja. Quero tratar a todos com
bondade e justiça, independente de sua etnia, aparência ou condição econômica.
Autor: William G. Johnsson
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